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Para nós, férias é sinónimo de “Roadtrip com a Pingu”. Este ano a costa está impossível por causa da nova legislação que proíbe o estacionamento e a pernoita das autocaravanas junto às praias e, de forma a evitar chatices, e porque queremos também conhecer mais do nosso país, decidimos ir para o interior. Conhecíamos pouco da beira baixa, e depois de vermos algumas imagens decidimos que lá tinha tudo o que procurávamos: bom tempo, tranquilidade, paisagens bonitas e praias para nos refrescarmos.  

Delineámos um plano em casa, com os sítios a visitar, como partíamos de Norte, decidimos esta ordem: PENAMACOR; IDANHA A NOVA; CASTELO BRANCO; VILA VELHA DE RÓDÃO; PROENÇA A NOVA; OLEIROS.

Dia 1  

Chegámos a Penamacor, uma vila portuguesa no distrito de Castelo Branco, demos uma volta no centro histórico, aproveitamos a sombra no Jardim da República e fizemos a caminhada até ao Castelo e Torre de vigia. Vale a pena, a vista é incrível.  

Os trinta e muitos graus faziam a roupa colar-se ao corpo, pelo que fomos em busca de uma praia fluvial. Praia Fluvial do Moinho, Benquerença, foi a praia escolhida para passarmos o resto do dia porque tem uma área de serviço grátis para a autocaravanistas   

Dia 2 

Saímos cedinho em direção a Monsanto, para não fazermos a visita com calor. Estávamos super curiosos para conhecer esta aldeia histórica, conhecida como “a aldeia mais portuguesa de Portugal”, que fica no concelho de Idanha-a-nova.  

Deixamos a Pingu na subida de acesso à aldeia, e caminhamos encosta acima. Depois dos imponentes canhões, o primeiro edifício que nos chamou a atenção foi a Igreja de São Salvador. 

É maravilhoso caminhar por aquelas ruas íngremes e estreitas, ver todas aquelas casas com aspeto particular e grandes penedos de granito por todo o lado. Entretanto demos de caras com a Torre de Lucano, também conhecida como Torre do Relógio, que é um campanário que possui uma réplica em prata do galo, que foi concedida à povoação após ganharem o prémio nacional da “Aldeia Mais Portuguesa de Portugal”. 

Continuamos a subir e vimos indicações para o Penedo do Pé CalvoTop, valeu a pena, as vistas de lá são brutais. Aconselhamos um mini break aqui, descansar, beber água e apreciar a paisagem.  

Se estiverem bem, aconselhamos então a caminhada até ao Castelo, de onde se tem a melhor vista sobre a aldeia.  

Dali seguimos para Penha Garcia, também no concelho de Idanha-a-Nova. Ainda não tínhamos recuperado de uma caminhada, mas já tínhamos que nos preparar para outra. Começamos a subir em direção à Igreja Matriz e depois ao Castelo. Uma vila super pequena e simpática, em que a recompensa está nas incríveis vistas desde o castelo. Uma paisagem deslumbrante, vistas para a Praia Fluvial do Pego, para os Moinhos de água, para a bonita Albufeira da Barragem de Penha Garcia e ainda podemos apreciar as imponentes escarpas que ladeiam o rio. 

Depois de tanta caminhada, sobe e desce, precisávamos de forrar o estômago, portanto escolhemos o Restaurante Zé do PipoNestes locais não costumamos pedir lista, perguntámos sempre o que nos aconselham. Foi-nos recomendado para entrada uns cogumelos com pimentos e como prato principal um bife com um molho maravilhoso, que vem para a mesa ainda a ser cozinhado num recipiente quente. Que delicia! Aconselhamos a paragem técnica aqui! 

O termómetro rondava os 40 graus e depois de um almoço destes precisávamos de uma rica sesta. Escolhemos a Praia fluvial azenha dos Gaviões e por ali ficamos também a pernoitar! 

Dia 3 

Começamos o dia com uma visita à aldeia de xisto de Sarzedas, Castelo Branco. O caminho para lá entre montanhas é lindíssimo e passamos numa ponte com uma envolvência muito bonita. A aldeia é muito pequena e casas em xisto já se veem muito poucas. No entanto é uma aldeia bastante simpática.  

Dali passamos pela praia fluvial Cerejeira e depois percorremos um caminho com aldeias desertas, ruas muito estreitas (não passam autocaravanas grandes!), casas abandonadas, montanhas e mais montanhas até à praia fluvial do Alvito da BeiraAlmoçámos uma sande no restaurante da praia e ficamos por lá a aproveitar uma tarde de sol.  

Já recuperados e depois das temperaturas baixarem, era tempo de visitar mais uma aldeia de xisto, desta vez Figueirano concelho de Proença-a-NovaMais cuidada, com mais casas de xisto do que a anterior, com mais vida em termos de turismo. Envolta em oliveiras, Figueira é uma aldeia que vale a pena visitar e numa próxima iremos lá almoçar ao famoso Restaurante Casa Ti´Augusta que tanto nos falaram. 

O dia terminou em Vila Velha de Ródão. Vimos na app Park4night que ali tinha uma área de serviço para autocaravanas grátis. A 50 metros do rio, um espaço super tranquilo, com água e zona de descargas. É de louvar este tipo de iniciativas das autarquias.   

Dia 4 

Dia de visitar Vila Velha de Ródão. Começámos a fazer a subida desde o centro em direção ao castelo e logo ali a meio tivemos que parar para tirar umas fotografias ao famoso Monumento Natural das Portas de RódãoA vista é maravilhosa e estas portas constituem uma ocorrência geológica e geomorfológica localizada nas duas margens do rio Tejo, nos concelhos de Vila Velha de Ródão e de Nisa. Dali avista-se uma imponente garganta escavada pelo rio nas cristas quartzíticas da serra do Perdigão.  

Enquanto lá estávamos a apreciar as vistas, tivemos a companhia constante de dezenas de Grifos a sobrevoar o céu. Estes animais são uma espécie de abutres, característicos daquela zona e há quem vá lá precisamente para apreciar as aves. 

Continuámos a subida até ao Castelo do Rei Vamba, ou Castelo de Ródão, plantado à beira Tejo. Dizem que o castelo tem uma qualquer maldição, mas não nos preocupamos com isso, estávamos mais interessados em apreciar as vistas que dali são incríveis. A caminhada é curta, conseguimos levar a Pingu mesmo até junto do castelo.

Depois de uma manhã de cultura, era tempo de uns mergulhos, seguimos então para a praia fluvial Malhadal e terminámos o dia no Parque de Campismo de OleirosNão somos muito fãs de parques de campismo, é uma verdade, mas aconselharam-nos este e decidimos experimentar. Ainda bem que seguimos o conselho, um parque super limpo, muito tranquilo, com possibilidade de pernoitar em tendas, autocaravanas, bungallows e glamping. Nós pagamos 3,50 eur por pessoa, mais 3.50 eur pela Pingu. Balneários muito limpos, staff muito simpático, aconselhamos vivamente! A cereja no topo do bolo? Sair do parque e ter uma praia fluvial lindíssima a 50 metros: Praia Fluvial de Açude Pinto. 

Dia 5 

Aproveitámos que estávamos tranquilos no parque para dormir até mais tarde, tomar o pequeno almoço no café do parque e  depois descemos até à praia. Nem parecia Julho, pouca gente, um silêncio maravilhoso e deu para relaxar a ouvir a água cair.  

Era o último dia, portanto queríamos aproveitar para conhecer mais e mais. Comemos uma sande no café da praia e pusemo-nos a caminho para a praia fluvial de Cambas 

Tinham-nos falado de uma aldeia muito bonita, de xisto branco, chamada Álvaro, portanto tínhamos que ir ver esta preciosidade. Passamos lá já ao entardecer. É realmente uma aldeia magnifica, com uma vista deliciosa sobre o Rio Zêzere. Grande parte das suas construções é de xisto, mas a sua evolução histórica fez com que muitas estejam pintadas. Quando nos abeiramos para apreciar a vista ouvimos muita algazarra e logo percebemos o que ali se passava, ao fundo avistamos a Praia Fluvial de Álvaro

Foram 5 dias magníficos, por entre montanhas, paisagens de tirar a respiração e praias fluviais tranquilas.

Se quiseres saber mais sobre as praias fluviais por onde andamos, sairá brevemente um blog especifico das praias.

Tudo aquilo que procurávamos encontrámos aqui na Beira Baixa.

Há tanto ainda por conhecer no nosso país… mas iremos certamente voltar!

 

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