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Saímos de casa com 13 dias livres pela frente, juntamente com um casal amigo, também eles com a sua van. Não tínhamos definido número de dias para fazer a estrada, iria ser ao nosso estilo mesmo: “vamos indo e vamos vendo”. Duma coisa tínhamos a certeza, esta viagem teria como intuito promover Portugal, por isso fizemos algumas parcerias, de forma a divulgar hotéis, restaurantes, negócios locais, que se quiseram juntar a nós numa partilha de experiências e histórias para contar! 

Fomos em direcção a Chaves para iniciarmos a mítica estrada N2. Passamos no @templo_n2 para levantar os nossos passaportes (são escassos, portanto enviem mensagem a confirmar o stock) e comprar uns autocolantes alusivos à N2 para a Pingu e fomos brindados pela simpatia do Daniel que nos acolheu com um café e um delicioso pastel de Chaves. Aqui podem também comprar o guia da nacional 2, com sugestões ótimas de paragens, foi com ele que planeamos a viagem. Já era hora de almoço e o pastel tapou um buraquinho, mas ainda havia fome, portanto a conselho do Daniel fomos ao Restaurante Casa Costa (esplanada) comer uma posta maravilhosa. Mas não podíamos arrancar sem a foto no “marco 0″… 

Agora sim estávamos prontos para nos pormos à estrada.  

DIA 1 

Primeira paragem, Lagoa do Alvão em Vila Pouca de Aguiar. Um lugar super verde, muito natural e tranquilo. É um ótimo lugar para fazer refeições, pois tem parque de merendas e ótimo para dar uns mergulhos, portanto demoramo-nos por lá. 

Já estava a entardecer, por isso procuramos um spot na app Park4night, e encontramos um incrível na Barragem do sordo (http://park4night.com/lieu/35696/), mas chegamos lá e estavam imensos carros com música nas alturas, grande party e decidimos seguir. Terminamos este primeiro dia em Mateus, junto à Igreja (http://park4night.com/lieu/40719/Parking). Não foi o sítio com melhor vista, mas estávamos com fome e aquele lugar era super tranquilo para pernoitar.  

Dia 2  

Nem sempre podemos sair cedinho porque a Carolina tem aulas para dar online, portanto saímos já ao final da manhã e fizemos um pequeno desvio (e valioso!) até São Leonardo de Galafura. O miradouro tem realmente uma vista incrível sobre o Rio Douro, um espaço muito acolhedor, com mesas de piquenique e almoçamos lá. Aconselharam-nos a descer em direcção a Covelinhas e percebemos rapidamente porquê…que estrada bonita! Vale muito a pena o desvio da N2. Acabamos este dia com um mergulho na Quinta do Tedo, no Douro. Por aqui ficámos a apreciar a paisagem, a relaxar e a preparar os dias seguintes. 

São Leonardo de Galafura

Quinta do Tedo

Pequeno almoço - Quinta do Tedo

Dia 3 

Depois do pequeno almoço maravilhoso com vista para o Rio Tedo e mais um mergulho, tínhamos agendado uma visita à quinta, com prova de vinhos. É realmente uma experiência super enriquecedora, ouvir pela boca de quem sabe, toda a história daquela região vinícola assim como todas as fases da produção daquele conceituado vinho do Porto. Uma experiência a não perder! 

É certo que continuávamos fora da nossa rota, mas não podíamos estar ali e perder “a melhor estrada do mundo” ! Sim, estão a ler bem, a N222 foi considerada a estrada mais bonita do mundo e basta fazerem o troço para perceberem a razão. Decidimos então apanhá-la e fazer o caminho até ao Peso da Régua e subir ao Restaurante Varanda da Régua. Que delícia, desde as entradas, ao medalhão, ao polvo, tudo ótimo! 

Estrada Nacional 222

Restaurante varanda da Régua

Ok, era tempo de retomarmos a essência da viagem, a N2. Em direção a Lamego. Passeamos pela cidade, visitámos o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, imponente, com a sua escadaria. Mas há duas coisas que não se podem perder ali: os gelados na Gelataria Gula e a bôla da Pastelaria da Sé 

Parámos também em Vale Abrigoso, uma aldeia super pequena, mas muito bonita e fomos jantar e pernoitar à aldeia do Mézio. A nossa ideia era comer o famoso arroz de salpicão que todos nos aconselharam no Restaurante Típico do Mézio, mas chegamos lá às 20.30 e a resposta da senhora foi: “oh já deitei o arroz fora, pensei que não vinha mais ninguém para jantar. Querem que vos faça uma omolete?” Agradecemos, mas preferimos comer “redom” (restos de ontem) na Pingu. Onde pernoitámos? Exactamente no meio do campo de futebol da aldeia.  

Lamego

Vale Abrigoso

Dia 4 

Em direção a Castro Daire, paragem técnica para comprar o famoso bolo podre. Aqui a N2 estava cortada em direção a Viseu, pelo que tivemos que fazer um desvio por São Pedro do Sul e aproveitámos para dar uns mergulhos no Poço Azul. Disseram-nos que o Poço Negro era ainda mais bonito, mas o desvio seria ainda maior, pelo que preferimos não fugir tanto da rota. E sabem que mais? Ainda bem que a estrada estava cortada e descobrimos aquele lugar! Que coisa linda, passamos ali uma tarde top! 

Próximo destino, Santa Comba Dão, mas antes ainda houve tempo para mais um mergulho, numa praia fluvial lá próximo, no Rio Dão. Uma caminhada na ecovia também é aconselhada e quem for com mais tempo não perca a Praia Fluvial Senhora da Ribeira. Não poderíamos passar aqui e não parar onde já fomos tão felizes. As Casas com Estória, é daqueles locais que merecem ser visitados por tanto amor que transparecem. Um local lindo, onde os pormenores e a decoração fazem toda a diferença, já para não falar da simpatia dos donos!

Poço Azul

Praia Fluvial, Santa Comba Dão

Casas com Estória

Dia 5 

Fizemos o caminho calmamente até Pedrogão Grande e almoçamos na Praia Fluvial Mega Fundeira. Uma praia muito pequena, com umas mesas à sombra, o ideal para abancarmos a almoçar. A Barragem do cabril também mereceu a nossa paragem, que vista maravilhosa! Sabemos que ali próximo, em Pedrogão Pequeno, existe a Ponte Filipina (imensa gente nos aconselhou a lá ir), mas acabamos por não ir. 

Seguimos depois para Vila de Rei e subimos ao marco que assinala o centro geodésico de Portugal continental. Estávamos então a meio do caminho. 

Barragem do Cabril

Vila de Rei, marco geodésico

A Praia Fluvial do Penedo Furado, é daqueles sítios que tínhamos obrigatoriamente que parar, porque as indicações que tínhamos é que era imperdível. Mas antes há que apreciar as vistas do Miradouro do Penedo Furado. Infelizmente apanhamos a praia em obras e com gente a mais (fim de semana) e não foi a melhor experiência. Contudo, aconselhámos vivamente, pois é muito bonita e em 2019 foram inaugurados passadiços de madeira que ligam a Praia Fluvial à Cascata do Penedo Furado.  

Acabamos por dormir lá, nuns socalcos mais acima. Entardeceu e as pessoas foram todas embora porque a praia fica rapidamente à sombra e ficamos ali sozinhos no meio da natureza. 

Miradouro do Penedo Furado

Dia 6 

A vila do Sardoal é tao bonita e tão fotogénica. Em todos os seus recantos dá vontade de tirar a máquina e disparar. Parámos as carrinhas e demos uma voltinha pelo pequeno centro da vila. Não há muito para ver, mas as suas cores são do mais bonito que vimos! 

Tínhamos estado há pouco na Barragem de Montargil, pelo que desta vez decidimos não parar, mas é sem dúvida um ótimo local, quer para fazer refeições, quer para pernoitar.  

Mais um pequeno desvio até Lavre, a convite da Joana, nossa seguidora e proprietária do Restaurante Maça. Almoçámos as melhores migas de espargos de sempre, acompanhadas por uns secretos de porco preto. E o vinho da casa? Woww! Para terminar em beleza, a bela da Sericaia, um doce tipicamente alentejano. No Alentejo come-se tão bem! Se forem com tempo, não pensem duas vezes, façam este curto desvio. 

Adoramos capelinhas, pequenas igrejas, e assim que vimos no guia esta de São Pedro das Cabeças, tivemos que lá ir. O caminho é em terra batida, mas super tranquilo.  

Fizemos uma parceria com o Mercado das Descobertas e eles aconselharam-nos um dos hotéis mais bonitos onde estivemos: Monte Góis Country House. Tudo era de um bom gosto incrível, desde os quartos, às zonas comuns, ao exterior, tudo tão envolvido na natureza, com cavalos, a piscina infinita virada para um campo de oliveiras e sobreiros…ali sentia-se o verdadeiro Alentejo! 

Dia 7 

A viagem estava quase a terminar, entrámos já no Algarve, mas ainda tivemos tempo para uma paragem de abastecimento, mais uma vez a conselho do Mercado das Descobertas, no Restaurante Casa dos Presuntos. Fica na Cortelha, mesmo à face da N2. Adorámos o almoço, tudo muito bom! 

Dali até Faro são uns 40 minutos de pura felicidade e ansiedade, porque estámos a escassos quilómetros de terminar o objectivo, mas já de uma nostalgia imensa, porque deixará certamente muitas saudades. 

A chegada à Rotunda com o meco 738 é indescritível! 

(Dizem que a estrada não acaba ali, mas sim mais à frente no meco 738.5. Isso são preciosismos, na nossa opinião!) 

Assim se passaram 7 dias, 738 km, 35 municípios, 11 distritos, 10 serras e 13 rios.

Coisas a reter: 

  • Não somos grandes aficionados de história, museus, monumentos, etc, por isso não fizemos paragens para visitar esse tipo de coisas. Para quem gosta, aconselhamos o Guia da Nacional 2 pois tem lá tudo explicado! 
  • Não fomos nada rígidos na rota da N2. Quando achávamos que havia desvios que valiam a pena, fazíamos! Não se cinjam apenas ao que está “à face da estrada”! 
  • Uma semana é mais do que suficiente para fazer a N2. Tínhamos mais dias, mas preferimos gozá-los no Algarve. Há quem faça em 2 ou 3 dias. Cada experiência é uma experiência diferente, dependendo do objectivo. 
  • Como a N2 atravessa o interior de Portugal, não tivemos problemas em pernoitar na van. É super tranquilo, não há sequer sinalização especifica para autocaravanas.  

“A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos”

(Fernando Pessoa)

Comments:

  • Patrícia Isidoro

    22 de Junho, 2020

    Também fizemos a N2 de mota, 6 casais, mas de Faro a Chaves. Apesar da aventura valer a pena a conservação da estrada desiludiu-me muito, as bermas estão cheias de ervas e o alcatrão a precisar de tapete novo
    Fizemos um desvio pela 222 e adorámos. É maravilhosa a vista das vinhas e do rio
    A próxima aventura será certamente de autocaravana para levar os filhotes

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    • Sílvio Daniel

      4 de Julho, 2020

      Olá Patrícia
      Para fazerem Faro –> Chaves é bem provável que sejam do sul. Aí não conheço, não sei, mas aqui no norte interior (sou de Vila Nova de Foz Côa, onde termina a EN222) é bem normal as estradas nacionais estarem assim, ou piores. Vamos fazer a EN2 em Agosto, e acho que nem vou reparar nesses pormenores ahaha
      Obrigado aos Mochileiros VC pelas dicas, boas viagens!

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  • 23 de Junho, 2020

    Tão bom! A ler isto e a imaginar o dia em que a faremos também 😍 só vamos ter é de escolher outros restaurantes 😂
    Obrigado pela partilha Pedro e Carolina 🚐

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  • 28 de Novembro, 2020

    Hola!
    muy buen artículo y muy bien relatado. Recomiendo a los lectores la web https://micaravaning.com para comprar o alquilar una autocaravana y poder disfrutar igual que vosotros viajando de esta singular manera.
    Felicidades por el blog!
    Marc

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