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Mal chegamos à Grécia fomos para Zakynthos, por isso a fasquia estava muito alta. Assim que regressamos ao continente tudo nos pareceu menos bonito e menos cuidado. Andamos de praia em praia à procura de um sítio para ficar, mas o spot grego que tanto procurávamos não chegava. As praias da Peloponnese não são paradisíacas, com água azul turquesa e areia branca. Bem pelo contrário, as praias são até sujas e de areia escura. Depois de estacionarmos nuns quantos lugares, sem sucesso, decidimos consultar a app Park4night. Assim foi, a aplicação sugeriu-nos um lugar que nas fotos parecia agradável. Chegamos lá e aquilo era mais do que agradável, era mesmo incrível. Descrevendo o lugar, era um bosque junto à praia, cheio de autocaravanas, com chuveiro, sitio para lavar louça, uma zona comum com mesas, cadeiras, jogos de tabuleiro, vegetais, frutas e um letreiro que tinha escrito: leva o que precisares, deixa o que quiseres. Nunca tínhamos visto nada do género, maravilhoso! Tínhamos ali tudo o que precisávamos para uns dias…até o padeiro passava lá de manhã a vender pão, leite, ovos, etc.

Link do spothttp://park4night.com/lieu/15555/Area

Continuamos a descer a Peloponnese com as suas planícies carregadas de oliveiras. Pelo caminho visitamos umas cascatas, Polilimnio Waterfalls, com água incrivelmente turquesa. Paramos também numa praia com um navio abandonado, chamada Selinitsa, em Gythio.

Ainda que as praias da Peloponnese não sejam incríveis, houve no continente grego alguns spots que nos marcaram bastante, e este foi sem dúvida um deles. Aconselhado por um casal vanlifer que nos disse que não podíamos perder este lugar. Meu Deus, ainda bem que temos este velho hábito de seguir as dicas da malta, de outra forma não teríamos chegado a este paraíso. O acesso não é muito fácil, mas já diz a velha máxima que caminhos difíceis levam a lugares incríveis. Nem mais…ainda não tínhamos estacionado a Pingu e já não conseguíamos fechar a boca. Estávamos então em cima da praia, numa baía lindíssima, sozinhos, com a Pingu em cima da areia. Melhor seria impossível. Passamos ali 3 dias maravilhosos apenas com a companhia dos veleiros e dos barcos de pescadores.

Link do spothttp://park4night.com/lieu/93300/Small

Sem dúvida que à medida que íamos avançando, as paisagens iam ficando mais bonitas e mais ricas. A vila de Paros foi uma agradável surpresa no caminho para Atenas. Na Grécia há o hábito de beber café frio, chamam-lhe “frappé” e nós rapidamente adoptamos esse hábito e Paros convidou-nos a passear e tomar um.

Chegamos então a um local muito concorrido quer por vanlifers, quer por campistas com as suas tendas, quer por domingueiros que apenas gostam de ir com as suas marmitas almoçar fora. Um lugar muito bonito, praia óptima, imensos corais para fazer snorkeling, decidimos por ali ficar. Quis o destino que estacionássemos ao lado de um casal francês que acabou por ficar nosso amigo. Logo nessa noite cozinhamos para eles, no dia seguinte partilhamos a experiência de provar ouriços do mar e foram dois dias de conversas maravilhosas. Isto é a vanlife!

Link do spothttp://park4night.com/lieu/85373/Beautiful

A Grécia é o melhor país para a vanlife. Não há legislação que nos proibida de estacionar ou mesmo pernoitar. Mais do que uma vez estacionamos a Pingu em cima da praia, sem problema algum. As pessoas são super simpáticas, existem inclusive spots onde são colocados chuveiros para os autocaravanistas. Podemos estacionar ao lado de cafés e restaurantes e usar as suas casas de banho, sem problema algum. Ali as pessoas mostram-nos que somos bem-vindos, independentemente do veículo em que nos deslocamos. Não há uma proibição, há sim uma prevenção, pois passavam carros das autoridades florestais a confirmar se estava tudo bem e apenas nos pediam para não fazermos fogueiras. Atitudes de louvar!

Depois de visitarmos Zakynthos e conhecermos parte do continente grego, percebemos que a verdadeira beleza da Grécia está nas suas ilhas. Então decidimos visitar mais uma. Depois de recebermos imensas mensagens a aconselharem-nos a visitar Milos e depois da nossa pesquisa, não havia dúvidas, Milos era a eleita!

MILOS

O ferry parte do porto de Piraeus em Atenas. A duração será entre 3 a 7h mediante o tipo de barco. Mas os que levam viaturas são os mais lentos por isso a nossa viagem foi a mais longa. Pagamos 270 eur ida e volta. Enquanto ali estávamos na Pingu à espera do ferry, um casal perguntou-nos se sabíamos de onde partia o ferry para Milos e no instante seguinte estávamos os 4 a partilhar uma garrafa de vinho. Escusado será dizer que os dias em Milos foram passados a 4, nós com a Pingu e eles com o carro e uma tenda no topo. O barco deixou-nos então em Adamantas, a cidade cultural e comercial da ilha. Aqui situam-se grande parte dos serviços, restaurantes, hotéis, etc.

Passamos 5 dias em Milos, o suficiente para conhecer e desfrutar da ilha.

O que não podes perder:

Adamantas (Adamas), cidade mais turística e com mais comodidades, ideal para ser a base para quem não viaja de autocaravana.

Igreja Agios Haralambos, Adamantas, uma igreja imponente de cúpula azul.

Plaka, considerado o centro histórico de Milos. Aconselhamos a perderem-se pelas suas ruas estreitas e fazerem a subida até ao castelo (kastro), de onde é obrigatório ver o melhor sunset da ilha.

Pollonia, uma vila com bastantes comodidades, mas menos central. Aqui também tem um porto onde param os ferries que fazem as ligações entre ilhas. Tem uma baía grande, com areal e uma zona de restaurantes com esplanadas junto à água.

Igreja de São Nicolau, Pollonia, do lado esquerdo da baía encontra-se esta pequena igreja que merece uma visita.

Klima, é uma pequena vila piscatória com casas coloridas, mesmo em cima da água. Syrmata é o nome que se dá às casas escavadas na rocha junto à linha de água cujo piso inferior servia de abrigo para proteger os barcos do mau tempo, e o superior para habitação dos pescadores. Agora foram convertidas em casas de verão.

Mandrakia, pequeno porto de pesca que vale imenso a visita!

Sarakíniko, considerada uma das mais belas e invulgares praias do mundo, uma praia lunar, diferente de tudo o que já vimos! Rochas brancas, fortemente erodidas pelos ventos e pela água, dão um aspecto lunar a esta falésia.

Mytakas, foi o nosso spot de dormida durante 3 noites. É uma baía dividida em dois, por um braço de terra. De um lado fica um areal com palhotas e do outro fica uma pequena praia com três casinhas de pescadores, linda de morrer!

Agios Konstantinos, uma pequena baía com água cristalina, rodeada de casas coloridas. As casas têm chuveiros exteriores e aventuramo-nos a pedir ao dono e tomamos um banho de água doce!

Kleftiko Beach, só acessível por mar. Alugamos um barco na empresa Poseidon Milos (não precisam de carta).Local de imponentes formações rochosas que escondem uma baía de águas cristalinas e uma pequena praia.

Logo no primeiro dia percebemos que não iria ser fácil visitar a ilha de Pingu, pois algumas estradas são bastante estreitas, há também acessos a praias que são mais complicados, por isso decidimos alugar uma moto 4. Melhor decisão que tomamos! Desta forma conseguimos chegar a todo o lado. Aconselhamos vivamente a fazerem o mesmo, não só pela experiência mas também porque desta forma conseguem conhecer mais, inclusive aquelas praias mais escondidas.
Em Adamantas há várias opções de aluguer e variam entre os 30 e 40 eur por dia.

Estes foram os locais que mais nos marcaram nesta visita a Milos, contudo há muito mais para ver, basta deixarem-se perder por aquela que, para nós, foi a maior surpresa da Grécia.

 

 

Sejam Felizes,

Mochileiros

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