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Esta viagem foi feita a 4. Fomos buscar uns amigos ao aeroporto de Milão e ficaram connosco uma semana a descobrir este lindo país que é Itália. Não tivemos sorte com o tempo, foram dias de muita chuva. Volta e meia o tempo lá nos dava umas tréguas e conseguíamos visitar uma cidade. Fomos diretos à costa, passamos por Génova e a primeira paragem foi Camogli. Que bela surpresa esta. Uma cidade tipicamente italiana, com casas altas e coloridas, mas sempre nos mesmos tons, entre amarelo, rosa e laranja. Junto à praia um passeio com restaurantes e esplanadas com muito bom aspecto. Acabamos por escolher uma delas para almoçar, mesmo em cima do porto. Almoçamos a melhor focaccia de pesto, que nos fez sair à procura de um mercado para comprar mais pesto para fazermos uma refeição na Pingu. Aqui conhecemos a Basílica di Santa Maria Assunta, alta e imponente, que fica entre o areal da praia e o porto.

Portofino estava nos planos há já algum tempo. Muitos nos tinham falado desta pequena aldeia piscatória na riviera italiana, a sudeste de Génova. As casas cor de pastel, as lojas de luxo e os restaurantes de marisco rodeiam a Piazza Martiri dell´Olivetta, que é o coração de Portofino. A chegada a esta praça é deslumbrante, fizemos o caminho por uma rua estreita e de repente uma aberta com vista para um porto, repleto de iates gigantes. Existe um trilho que nos leva da Piazza ao Castello Brown, uma fortaleza e museu do século XVI, com exposições de arte e vistas panorâmicas da cidade e do mar Lígure. Aconselharam-nos a não ir de Pingu até Portofino, pois as ruas são muito estreitas e os parques de estacionamento caríssimos. A solução seria deixá-la em Santa Margherita e apanhar um autocarro, 4 eur por pessoa. Mas nós desfrutamos sempre mais com a nossa menina, por isso arriscamos e valeu bem a pena. O caminho até lá junto à água é maravilhoso e faz-se muito bem sem grandes apertos. O parque de estacionamento ficou por 5.50 eur, o que acabou por compensar.

A nossa visita a Cinque Terra tinha que ser bem planeada, pois existem várias opiniões acerca de levar carro para lá, alugar mota, comboio, ficar em hotéis lá próximos ou parques de campismo mais afastados, etc. Então depois de alguma pesquisa decidimos que ficaríamos num parque de campismo lá próximo, Camping 5 Terre, Levanto, e que faríamos as 5 aldeias no mesmo dia, uma vez que o tempo estaria bom e a previsão para os restantes dias seria de chuva. Já tínhamos onde deixar a Pingu por isso, sem dúvida que a melhor opção foi fazer o trajeto de comboio. No entanto, para conhecer cada vila, pode fazer-se ainda a rota a pé ou de barco. Compramos na estação o Cinque Terre Treno Card, 16 eur, e tínhamos livre trânsito, por um dia, no comboio, nos bus nas aldeias e ainda nas trilhas pedonais. Compensa comprar este cartão uma vez que uma viagem única custa 4 eur, e as aldeias são 5, é só fazer as contas!

As Cinque Terre foram declaradas pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade Aqui fica uma pequena impressão nossa sobre estas aldeias marítimas, pela ordem que as fizemos:

Monterosso al Mare – É a maior de todas as terras e as praias são as mais extensas. Cheia de ruelas antigas com lojas de souvenires e com uma bela igreja, Igreja de San Giovanni Battista, bastante danificada durante a cheia de 2011.

Vernazza – Foi a segunda que mais gostamos das 5. Possui um pequeno porto, com imensos barcos de pescadores e durante o verão o pequeno areal fica cheio de banhistas, que aproveitam o calor para se refrescarem na piscina natural formada pela baía. Existe no topo o Castello Doria, de onde se tem a melhor vista sobre a vila (1.50 eur a entrada).

Corniglia – É a mais pequena de todas as vilas e é a única que não está diretamente encostada ao mar. Situa-se a 100 metros de altura e para lá chegar pode-se ir a pé, subindo 377 degraus, ou apanhar o bus junto à estação de comboio.

Manarola – Sem dúvida a nossa preferida e a mais antiga de todas. Aquela encosta carregada de casinhas coloridas, com o mar ali a bater, um caminho lindíssimo pela encosta e um almoço com uma vista magnifica, fizeram desta vila a nossa nº1. Nessun Dorma é sem dúvida o restaurante/bar com melhor vista, no cimo da encosta. Sítio super agradável e com atendimento exemplar. Pedimos uma sangria de 1 litro, pagamos 18 eur e é servida com uma incrível tábua com várias coisas para petiscar (OFERTA). Esta vila liga-se a Riomaggiore por um trilho lindíssimo, conhecido como a Via dell’amore. Os apaixonados podem levar um cadeado para pendurar pelo caminho.

Riomaggiore Para chegar ao centro da vila, vira-se à direita quando se sai da estação e depois segue-se pelo túnel que vai dar direto à Via Colombo, a rua principal. Umas escadas à direita, no início da Via Colombo, dão acesso à marina de Riomaggiore, local perfeito para sentar nas pedras e assistir ao pôr do sol. Na rua principal apanhamos o bus que nos levou ao Castello di Riomaggiore de onde se tem as melhores vistas do mar e da cidade.

De uma forma geral, muito honestamente, não ficamos deslumbrados com Cinque Terra. Fomos em maio e estava completamente a abarrotar de gente, muita confusão, ruas com muito lixo no chão, algumas das vilas bastante degradadas (ok, ainda se estão a reerguer da cheia). Mas pela “publicidade” que fazem, achávamos que íamos ver algo incrível e não aconteceu. A melhor delas, para nós, como já dissemos, foi Manarola, as restantes não nos surpreenderam. Preferimos sem dúvida Camogli e Portofino. Muito mais bonitas, calmas e bem cuidadas.

Todos os dias acordávamos na esperança de ir dar um mergulho, mas o tempo continuava a não estar muito famoso, pelo que não pudemos incluir praia no nosso roteiro. Continuamos no plano cultural. Seguimos então para a Toscana. Pisa, começamos com uma caminhada sem destino pela cidade, até que fomos ter à famosa Piazza dei Miracoli (Praça dos Milagres) onde se juntam os monumentos mais conhecidos: a Torre Pendente, o Duomo, o Battistero e o Camposanto (cemitério). A Torre de Pisa foi construída entre os séculos XII e XIV e ficou inclinada porque o terreno cedeu, por ter sido construída sobre um terreno de argila e areia, materiais pouco firmes para sustentar um edifício daquele porte. Foi projetada para abrigar o sino da catedral de Pisa, e logo na conclusão dos três primeiros andares notou-se uma inclinação devido ao afundamento do terreno. A Piazza dei Miracoli é enorme, com bonitos jardins, e é aqui que se vê a malta a fazer as conhecidas cenas para conseguirem uma foto original…ou não! 😉 Tínhamos uma ideia completamente errada de Pisa, pensávamos que seria uma cidade pequena e calma, mas na verdade é bastante movimentada e com imensa coisa para ver além da torre.

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Já várias pessoas nos tinham falado de San Gimignano, que tínhamos que visitar, que é muito bonito, uma pequena vila medieval. Aproveitamos que estávamos lá próximo e demos um salto. San Gimignano é uma cidade numa colina da Toscana, rodeada por muralhas. A cidade velha centra-se na Piazza della Cisterna, uma praça triangular com casas medievais. Paramos para almoçar uma focaccia junto à Torre Grossa de pedra, e sentamo-nos nas escadarias do Duomo di San Gimignano a assistir ao frenesim daquela pequena vila. Imensa gente, muito turismo, mas confirma-se, uma cidade muito bonita! Valeu a visita!

Esta não foi a nossa primeira vez em Florença, por isso foi uma visita menos exaustiva e mais em forma de passeio. Como temos vindo a dizer, é muito complicado estacionar a Pingu nas grandes cidades, pelo que tivemos que procurar um parque de campismo. Aqui a oferta é bastante reduzida e a melhor opção foi o Firenze Camping in town, um parque de campismo de luxo, onde pagamos 63 euros por 4 pessoas e a Pingu. É realmente diferente do que estamos habituados, wc e zona de banho todos xpto, piscina, supermercado, zona de aluguer de motas e bicicletas, tudo muito bonito e muito bem cuidado. Aconselhamos! Dali partia um bus para o centro a cada meia hora por 3 eur, e demorava sensivelmente 15 min. Aproveitamos a boleia e fomos passear até Florença. Esta é, sem dúvida, uma das nossas cidades europeias favoritas, por isso sempre que temos possibilidade, damos cá um salto. Foi bom voltar a caminhar junto ao Rio Arno, atravessar a bonita Ponte Vecchio, deambular por aquelas ruas tão italianas.

Não conseguimos deixar de nos arrepiarmos quando chegamos à Piazza del Duomo. A imponência daquela Catedral di Santa Maria del Fiore, do Campanile di Giotto e do Battistero di San Giovanni, são diferentes de tudo o que já vimos. Os padrões das suas fachadas são brutais, assim como toda a construção destes monumentos. Continuamos pelas ruas carregadas de deliciosas gelatarias e chegamos àquela que é considerada a principal praça de Florença: Piazza della Signoria. Aqui podemos ver grandes obras artísticas, como a réplica do famoso David de Michelangelo (o original está no Museu dell’Accademia), a Fontana de Nettuno e o Palazzo Vecchio. Nesta praça, à noite, há serenatas maravilhosas de músicos amadores e as pessoas juntam-se ali silenciosamente a ouvir. Lindo!

A Piazzale Michelangelo é também uma paragem obrigatória. De lá conseguimos ter a melhor vista sobre Florença. Existe na cidade um bus que vai directo para lá, no entanto nós no ano passado optamos por alugar uma vespa e fazer o percurso que é maravilhoso, e este ano fomos de Pingu!

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Ir a Florença e não jantar no nosso restaurante preferido, seria uma falha grave. Trattoria Nerone, um lugar muito bem frequentado, decoração top, comida deliciosa, atendimento excelente, sempre a meia luz com um ambiente super acolhedor, e o preço super convidativo. Já experimentamos algumas outras soluções em Florença, mas ainda nenhuma conseguiu tirar o Nerone do nº1.

Não estava nos nossos planos conhecer Bolonha, mas o mau tempo que nos acompanha há já algumas semanas, fez com que fossemos alterando os planos de dia para dia, por isso ficamos com tempo para passear em Bolonha. Tanto nós como os nossos amigos iríamos para o aeroporto no dia seguinte, eles para regressarem a Portugal, nós para viajarmos para a Suíça, por isso decidimos conhecer mais uma cidade.

Bolonha é conhecida como La grassa (a gorda), La dotta (a culta) e La rossa (a vermelha). A cidade é conhecida como la grassa, ou a gorda, pois dizem ser um dos mais importantes pontos culinários de Itália. La dotta, ou a culta, pois Bolonha é a sede principal da universidade mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Caminhamos pela famosa Via Zamboni e vimos a vida universitária nesta que é uma das ruas mais importantes da cidade. La rossa (a vermelha), é assim chamada devido ao tom avermelhado das suas construções.

Como não tínhamos esta visita preparada, fomos caminhando em direcção ao centro, pela Via dell’Indipendenza, uma das mais bonitas da cidade e onde estão as principais lojas, e chegamos à Piazza Maggiore (a praça central) onde nos deparamos com a Basilica di San Petronio, que é a igreja mais visitada e um dos cartões postais de Bolonha. Continuando o nosso passeio encontramos as Due torre (duas torres), também elas um dos principais cartões postais de Bolonha. As torres chamam-se Asinelli Garisenda. Asinelli é a torre mais alta, com 97,2 metros de altura e é possível subir os seus 498 degraus (3eur) e apreciar a vista deslumbrante de Bolonha. Garisenda é mais baixa, com 47 metros. São as duas bastante inclinadas, devido ao solo onde foram construídas e suas fundações, terem aluído. Durante todo o nosso passeio deparamo-nos com uma quantidade enorme de pórticos (género de galerias), que se estendem por mais de 40 km. A cidade era murada, e não tinha como crescer para os lados. Então para aumentar mais as casas sem ter de subir muitas escadas, as pessoas começaram a construir em cima das estradas, aumentando os seus segundos andares, mas deixando ainda assim espaço para andarem na rua. Estes pórticos são uma marca da cidade!

Como já referimos, estes dias foram mais culturais, com visitas a cidades maiores, porque tínhamos um casal amigo connosco que não conhecia Itália e também porque o tempo não nos permitiu usufruir da costa e da praia. Esperamos que nos próximos dias o tempo melhore para que vos possamos mostrar mais da costa italiana.

Se tudo correr bem, Amalfi Coast espera-nos …

Sejam felizes,

Mochileiros

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