Tínhamos delineado passar duas semanas entre Espanha e França, e depois disso passar para o Reino Unido. Já conhecemos alguma coisa de Inglaterra, mas foi a Escócia que nos fez querer atravessar para o outro lado. Pelo que nos informamos, quanto mais cedo comprássemos os bilhetes para o Euro túnel, em Calais, mais baratos ficariam. Contudo, como os dias de van não são fáceis de prever, porque basicamente não temos horários e vamos deixando acontecer, não marcamos os lugares assim com tanto tempo de antecedência (apenas 5 dias) por isso ficaram por 304 eur, ida e volta. Tínhamos bilhete para as 4h da manhã de segunda (porque era a opção mais barata), mas quisemos ir para lá com tempo e ao fazermos o check-in, a máquina deu-nos a hipótese de ir no comboio da meia noite. Pelos vistos é normal, quando se faz o check-in, caso haja lugares disponíveis nos comboios anteriores eles dão essa hipótese. Ou seja, poupamos umas valentes massas. O check-in é basicamente chegar ao pórtico, ele lê a matrícula da reserva e confirmamos os dados num ecrã. Seguimos e tem outro pórtico com uma pessoa a confirmar os cartões de cidadão, faz também algumas perguntas relativas à nossa visita ao Reino Unido e entrega-nos um papel com a letra correspondente à nossa zona de embarque. Por último, outro pórtico onde tem um funcionário que confirma a letra que nos foi dada e nos encaminha para a entrada correta. Aguardamos cerca de 15min em fila e depois entramos para o comboio que nos iria levar pelo famoso canal da mancha. Para quem não sabe, existem duas formas de passar o canal: comboio ou ferry. Optamos pelo comboio pois demora apenas 35min, enquanto que o ferry demora aproximadamente 1h30, mas este segundo é mais barato. Foi uma viagem tranquila, passa super rápido, mas inicialmente é um pouco claustrofóbico, pois vamos dentro do nosso carro, que por sua vez vai dentro de um comboio, e das poucas janelas que tem, vê-se tudo preto…Mas pronto, foram 35 min e estávamos em terras britânicas.
Para os dois primeiros dias planeamos ficar em Cambridge, em casa de uns amigos, para assim restabelecermos energias, carregarmos baterias (nossas e dos gadgets), desfrutarmos da companhia dos nossos amigos, lavarmos roupas, darmos uma limpadela à Pingu e obviamente a nós, com uma banhoca de água bem quente… enfim, dois dias sem km! Foi sem dúvida o melhor que fizemos, é muito importante saber quando parar e nós estávamos a precisar. Viajar também é isto, visitar os amigos, pôr a conversa em dia, contar as aventuras… e ali passamos uns serões maravilhosos, quer a comer pipocas e a ver filmes, quer a jantar no tailandês, ou simplesmente a beber uma cerveja e a matar saudades uns dos outros. Sentimo-nos em casa, sentimo-nos bem recebidos, e quando se anda há tanto tempo só os dois na estrada, é bom aquecer o coração numa casa onde nos querem bem. Obrigado Pedro, Matilde, Martim e Lola.
Seguimos então a nossa viagem, com destino à Escócia, mas o esticão era ainda grande, pelo que decidimos parar em York. Gostamos sempre de visitar a zona velha das cidades e esta possui ainda partes da antiga muralha que a circundava no passado e uma catedral histórica com bonitos vitrais coloridos. Tal como fazemos sempre que chegamos a cidades grandes, fomos estacionar a Pingu fora (zona não paga) e depois fomos a pé para o centro. Fomos conhecer a Catedral e fizemos a caminhada pela muralha. Vale bem a pena, tem-se uma perspectiva completa da zona histórica e uma vista linda para a catedral. Depois disto, fomos caminhar pelo centro, por aquelas ruas com casas tipicamente inglesas e acabamos por entrar num pub e ver a Champions League a beber uma cerveja. Uma experiência também brutal, pois jogavam equipas inglesas e estava um ambiente top.
Não costumamos dormir em cidades grandes, por várias razões, mas principalmente pela dificuldade em estacionar, pelo barulho e pela insegurança. Preferimos sempre sair dos grandes centros, andar uns km para fora e procurar um local mais tranquilo para pernoitar. Nestes casos, procuramos parques de estacionamento de supermercados ou de cadeias de restauração tipo MacDonald´s, KFC, etc. Aqui fecham sempre por volta das 22h o que torna o local tranquilo, são zonas seguras, que por norma tem mais autocaravanas e …. tem WIFI grátis acessível do estacionamento. Por isso, saímos da azáfama de York e fomos dormir para um parque com todos os serviços: Restaurantes, bomba de gasolina e supermercado. Perfeito! Assim de manhã abastecemo-nos de tudo. (Os valores em Inglaterra são muito próximos aos de Portugal, tanto no supermercado como na Gasolina)
Pusemo-nos à estrada bem cedinho, para mais umas horas de caminho, desta vez até Edimburgo. Estávamos super ansiosos por pisar terras escocesas. O nosso principal objetivo era conhecer a parte mais rural, a que mais nos cativa, mas seria um desperdício vir cá e não conhecer a capital. Mais uma vez deixamos a Pingu fora da cidade, em zona não paga, e abastecemo-nos com umas sandes (normalmente nestas cidades os valores são exorbitantes) e depois caminhamos até ao centro. A primeira impressão da cidade: muito organizada e muito cuidada, com os edifícios todos semelhantes sem haver choque de arquiteturas.
Aqui os principais pontos a visitar são:
Royal Mile, é uma sucessão de ruas que formam a principal via do centro histórico de Edimburgo. Como o nome sugere, a Royal Mile é de aproximadamente uma milha escocesa, e estende-se entre os dois pontos históricos da cidade: a partir do Castelo de Edimburgo até à Abadia de Holyrood.
O Castelo de Edimburgo, a atração turística mais visitada do país.
A Catedral de St Giles, situada na Royal Mile, num ponto intermédio entre o Castelo e o Palácio de Holyroodhouse.
O Palácio de Holyroodhouse, residência de verão da Rainha Elisabeth.
A cidade é gigante, mas as principais atrações conseguem ver-se bem a pé. Passamos uma tarde deliciosa em Edimburgo, mas o que nós desejávamos da Escócia ainda não vimos ali.
Seguimos então mais umas horas para Norte e fomos dormir a Dundee. Esta é a quarta maior cidade da Escócia e foi construída ao redor de uma colina de basalto, chamada hoje “O Dundee Law”. E onde foram os mochileiros estacionar a Pingu para nanar? No topo da colina, exatamente no Dundee Law. É um miradouro de onde se pode ver toda a cidade e a sua característica predominante é um vulcão extinto que lhe dá o nome. Acordar, sair da Pingu e ter aquela vista…não tem preço! Brutal!
O nosso objetivo era chegar a Inverness, onde começa a Road que ansiamos fazer: North Coast 500. Mas, consultando o mapa, não pudemos deixar de fazer um desvio para visitar o famoso Dunnottar Castle. E valeu tanto a pena … Altivo, em posição dominante sobre o mar, no topo de uma falésia, deixou-nos de boca aberta.
Mais 2h30 de caminho, com planícies de perder a vista e casas que parecem castelos, começamos a sentir a Escócia que imaginávamos… e chegamos ao ponto de partida da grande aventura: Inverness. Aqui começa a North Coast 500, a rota que nos fez atravessar o canal da mancha. Estamos super ansiosos pelo dia de amanhã, para conhecer as famosas terras altas… North Highlands of Scotland, como eles dizem por cá!
Sejam felizes,
Mochileiros
Sónia
Fiz essa viagem há um ano, de carro.. e foi incrível! O país que mais gostei de conhecer até hoje… boa viagem!
Mochileiros VC
Era um dos países desta Roadtrip que mais curiosidade tínhamos de conhecer… e superou as expectativas! maravilhoso!
Manu
Lindo!! O texto, lindo o que vos une é lindo o que nos prende à vossa história!!! Adoro-vos assim muito!!!
Mochileiros VC
nós também te adoramos…obrigado por estares sempre aí !
mmboa@msn.com
Magnífico❤️❤️. Beijos
Mochileiros VC
obrigado !!! beijinhos